Depois de contar um pouquinho sobre o que fazer em Quioto na parte da cidade , chegou o momento de explorar os arredores da cidade, conhecer os templos e testar o transporte público de Quioto.

Nossa estratégia foi conhecer vários templos, andar pelo bambuzal,  comer um tradicional Udon (sopa de macarrão japonês) e no final da tarde fechar com chave de ouro no meu templo favorito, o Fushimi Inari Taisha.
Arashiyama em Quioto
Entrada do Tempo Tenryuji

Roteiro de 2 Dias em Quioto – Arredores de Quioto – parte noroeste

Arashiyama – Tenryuji e Bambuzais

Começamos o dia pela região noroeste de Quioto chamada; Arashiyama. Para quem pode desfrutar de mais tempo na cidade, eu recomendo gastar um dia inteiro circulando por esse bairro tão tradicional, um tanto quanto rural e com uma natureza marcante, em especial no outono, onde o colorido das montanhas deve ser um colírio para os olhos, mas como fomos no final primavera e as flores da cerejeira já tinham caído, nos contentamos com o verde clarinho do início de uma nova fase …

É interessante notar a linha “zen” seguida pelo templo, onde apesar da beleza, a simplicidade impera, você sente paz logo ao pisar lá dentro, nada reluzente com cores douradas e nem atrativo aos olhos como o vermelho, aliás, essa diferença de simplicidade de ostentação na minha opinião são as principais diferenças entre os templos japoneses e chineses.

Descemos na estação JR de Arashiyama e seguimos andando até o Tempo Tenryuji, o mais importante da região, datado de 1339 e atualmente protegido pela UNESCO. Apesar do templo em si ter sido destruído várias vezes por fogo e guerras, o jardim continua o mesmo há mais de séculos quando foi desenhado por Muso Soseki.
Tempo Tenryuji por mikix
Tempo Tenryuji

Saindo pelo lado norte do templo, você praticamente cairá no caminho dos bambuzais, apesar de não estar lotado, é quase impossível ter esse lugar só pra você, acredito que se eu tivesse chegado um pouco mais cedo, teria mais sorte de ter uma foto sem figurantes. Adorei ter tido a oportunidade de andar e me sentir abraçada pelo verde daquele lugar…
Bambus de Arashiyama em Quioto
Bambuzais pelos olhos do artista…
Bambus de Arashiyama em Quioto
Bambuzais pelas minhas lentes…

Nos perdendo um pouco pelo bairro, caimos nas margens do rio Hozu e ao longe vimos a famosa Ponte Togetsukyo, as montanhas e os barcos de pescadores, um tanto quanto bucólico o cenário. Foi nesse lugar que tive a melhor interação com locais da viagem, um grupo de crianças estavam dispostos a conversar e nos mostrar todo conhecimento de inglês que eles tinham; nos divertindo perguntando o nome de cada um, ouvindo nossos nomes sei lá quantas vezes e falando “how are you?” para pelo menos 30 estudantes (risos), todos eles entre 7 ou 8 anos…
Bambus de Arashiyama em Quioto
Bambuzais pelas minhas lentes…

Kitayma – Kinkaku-ji e Ryoan-ji

Para guanharmos tempo, saimos de Arashiyama e optamos por pegar um taxi até o templo Kinkaku-ji, já que não tem como chegar lá somente de metro, é preciso usar o onibus também. Ao entrar no templo, logo se fica admirado e entende-se o motivo de chamá-lo de “Pavilhão Dourado“! Esse templo é realmente lindo e fotogênico, não deve ser deixado de lado na sua passagem a Quioto.
Templo Kinkaku-ji em Quioto
Templo Kinkaku-ji

Caminhando cerca de 2 km, chegamos no outro templo Ryoan-ji, famoso por seu “jardim das pedras”. Confesso que quando vi o tal jardim me decepcionei um pouco, pois estava imaginando algo enorme, grandioso, mas na verdade é bem pequeno e lotado de gente (Lembra do lance Zen que havia comentado? Tudo se explica, não é mesmo?).

O jardim consiste de 15 pedras espalhadas, e da maneira que foi desenhada, permite que de qualquer ponto, o admirador consiga ver somente 14 pedras delas, diz a lenda, que somente os iluminados conseguem ver as 15… me senti sem luz! :mrgreen:
Templo Ryoan-ji em Quioto
Templo Ryoan-ji

Já quase comendo as pedras de tanta fome, pegamos um taxi e fomos para o centro experimentar os tradicionais noodles do Honke Owariya, conto sobre ele no post “Restaurantes em Quioto“.

Arredores de Quioto – parte sul

Fushimi Inari Taisha

Já no final da tarde, faltando 2 horas para o entardecer, seguimos de metro e então de trem (estação JR Inari) para a grande atração do dia; Fushimi Inari , o santuário mais famoso dedicado ao deus do arroz, Shinto. Quase impossível descrever a sensação de mistério e exitação ao ir subir colina acima pelos 10.000+ toris/portões, é como se estivemos caminhando em direção a outro mundo … simplesmente brilhante!
Fushimi Inari Taisha em Quioto
Toris do Fushimi Inari Taisha – pena que não sabemos ler japones!

Quem se animar, pode subir até o topo ou somente até a intersecção Yotsutsuji para ver uma vista do skyline de Quioto, nós nem chegamos até lá, pois já estava escurecendo e estávamos extasiados com tudo que já tinhamos visto durante esse dia!
Fushimi Inari Taisha em Quioto
Mikix versão fantasminhas felizes!

E foi assim que nos despedimos de Quioto com uma vontade imensa de retornar com mais calma, explorar novos lugares e rever os favoritos!

[Mapa do nosso circuito]

Onde ficar em Quioto:

Citadines Karasuma-Gojo Kyoto [website]: excelente localização e bom custo benefício, fiquei até impressionada com o tamanho do apartamento levando em consideração o aperto do Japão. Pagamos uma média de 10400.00 JPY a noite. Recomendo!

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