O projeto “Vida em TO” desse mês, aborda um tema bem interessante para quem está chegando no Canadá; “O que eu trouxe na mala quando me mudei para o Canadá?!“. Como esse blog já é velhinho, tem quase 14 anos de vida, eu já falei sobre esse mesmo assunto em 2010, quando uma leitora pediu minha opinião sobre a futura mudança dela Toronto [leia aqui].
Quem me conhece, sabe que já mudei algumas vezes de país e tive duas fases; a primeira que foi a grande mudança e que só vim de mala, e as demais, que fui de mala e cuia… entenda:
Ano 2000 – Primeira mudança : Brasil > Toronto
Nessa primeira mudança de país, levei apenas 2 malas, na verdade 4 malas, 2 malas para mim e 2 malas para meu marido. Vendemos nosso apartamento, moveis, eletrodoméstico e carros, deixamos metade do nosso dinheiro no Brasil e a outra metade levamos conosco para Toronto.
Apesar de estarmos com o visto de imigração permanente, nossa intenção sempre foi de vir e ficar apenas 6 meses com o intuito de melhorar o inglês e experimentar a vida no exterior. Acabou que as coisas foram se ajeitando de maneira positiva e fomos ficando.
Nessas malas trouxemos basicamente roupas e alguns acessórios que nos lembrava a família. Como depois de 4 meses no Canadá voltamos para o Brasil para passar o natal e ano novo, aproveitamos para trazer mais algumas roupas e itens de casa como faqueiro, porta retrato e lembranças que dariam mais “cara de casa”, para nossa novo lar que estava sendo arrumado em Toronto.
Compramos tudo novo logo que alugamos nossa primeira casa no Canadá, fizemos a festa na IKEA!!! Risos.
RECOMENDAÇÃO: para quem está chegando e não sabe o que trazer, eu vou ser bem prática, traga coisas que faz diferença para o seu coração. Coisas de valor sentimental, caso você já esteja com uma casa super montada no Brasil e com móveis de qualidade, faça as contas para ver se compensa trazer seus pertences.
Tive amigos que vieram somente com algumas caixas do Brasil, trazendo especialmente coisas de cozinha, memorabilias etc … eles primeiro chegaram com as malas e as caixas vieram depois, só não pode esquecer de declarar o que irá trazer no momento da primeira imigração como imigrante, para evitar pagar imposto sem necessidade.
O problema de chegar e não ter nada, é a falta de tempo que a gente tem de poder ficar pesquisando preços, modelos e afins, eu lembro que virei refém da IKEA, mas hoje sei que existem várias lojas com preços legais e coisas diferentes para a gente pesquisar e não ficar somente com uma marca. Exemplo: Structube, CB2, EQ3, Urban Barn, Crate & Barrel, Lyons etc … nesse link tem algumas lojas de móveis bem legais em Toronto.
Ano 2001 – mudança : Toronto > Ottawa
Ano 2005 – mudança: Ottawa > Tampa (Flórida)
Ano 2006 – mudança: Tamps > Toronto
Ano 2010 – mudança: Toronto > Brisbane (Australia)
Ano 2012 – mudança: Brisbane > Toronto
(período que as coisas ficaram em depósito)
Ano 2014 – mudança: Toronto > Boynton Beach (Florida)
Hoje eu tenho bem claro na minha mente, que eu e meu marido temos espírito nômade, definitivamente não conseguimos ficar muito tempo no mesmo lugar, a rotina não nos agrada, já tentei criar as tais raízes, mas preferimos criar asas (risos)… gostamos de ter nosso canto para chamar de “casa”, mas não gostamos de nos prender a esse lugar como se não existisse mais alternativas.
Tendo isso em mente, fica fácil entender todo esse vai e vem que fizemos nesses anos (risos). Sim, essa brincadeira tem um custo, e não é barato, mas cada um sabe onde e como gastar, certo? Cada um tem suas prioridades e julgar é besteira.
Todas essas mudanças acima, nós fizemos levando todas nossas coisas com a gente: roupas, mobílias etc … aqui na América do Norte, quando se compra ou aluga casa/apartamento, os eletrodomésticos maiores, via de regra vem junto com a casa, isso facilita bastante a vida, pois ficar carregando essas coisas para cima e para baixo, complica.
O custo de levar nossas coisas para todos esses lugares compensou. Para a mudança entre Canada e Estados Unidos, pagamos cerca de 8000 dolares o container. E na mudança Canada < > Australia, o custo aumentou para uns 15.000. E para comprar tudo que eu tenho, o curso ficaria mais alto… sem contar a preguiça de ficar mobiliando uma casa com coisas temporárias, isso cansa muito! Na verdade, só conseguimos fazer todo esse malabarismos, pois logo que chegávamos no lugar, já tinhamos uma canto com nossa cara, isso faz muito diferença!
CONCLUSÃO: como disse anteriormente, cada um tem que fazer suas contas financeiras e emocionais antes de qualquer mudança. Quando me mudei, uma das coisas que mais sentia falta eram dos meus CDs de MPB, hoje, com o advento da internet, radios online, Spotify, essa minha experiência saudosa não faz mais o menor sentido.
Então, é colocar na ponta do lapis o que faz sentido para você. As vezes uma economia ou um gasto a mais, pode fazer uma diferença enorme para sentir menos homesick (saudades de casa)! Cada um deve fazer uma auto-reflexão e tomar a melhor decisão para vir e ser feliz! Não há receita para isso, na verdade, não há receita de bolo para a vida de imigrante… cada um vai ter uma experiência diferente e reconhecer essa experiência de maneira diferente também! E tudo isso é muito legal!
Leia também a história das outras meninas que participam do Projeto #VidaEmTO:
Isabela Mascarenhas: Delineado Gatinho
Livi Souza: Baianos no Polo Norte
Mariana Cimini: Virei Canadense
Carina Iani de Barros: Outside Brazil
Gabriela Ghisi: Gaby no Canadá
6 Comentários
Você disse tudo Mirella: praticidade! :-)
Né?! ;)
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